segunda-feira, 28 de novembro de 2016




O Parceiro Certo

Somente uma pessoa amorosa,
aquela que realmente é amorosa,
pode encontrar o parceiro certo.
Essa é minha observação:
se você está infeliz você irá encontrar alguém também infeliz.
Pessoas infelizes são atraídas pelas pessoas infelizes.
E isso é bom, é natural.
É bom que as pessoas infelizes não sejam atraídas pelas pessoas felizes;
senão elas destruiriam a felicidade delas.
Está perfeitamente bem.
Somente pessoas felizes são atraídas pelas pessoas felizes.
O semelhante atrai o semelhante.
Pessoas inteligentes são atraídas pelas pessoas inteligentes;
pessoas estúpidas são atraídas pelas pessoas estúpidas.
Você encontra as pessoas do mesmo plano.
Então a primeira coisa a lembrar é:
um relacionamento está fadado a ser amargo se ele surgiu da infelicidade.
Primeiro seja feliz, seja alegre, seja festivo
e então você encontrará alguma outra alma festiva
e haverá um encontro de duas almas dançantes
e uma grande dança irá surgir disso.
Não peça por um relacionamento a partir da solidão, não.
Assim você estará indo na direção errada.
Então o outro será usado como um meio e o outro lhe usará como um meio.
E ninguém quer ser usado como um meio!
Cada indivíduo único é um fim em si mesmo.
É imoral usar alguém como um meio.
Primeiro aprenda como ser só.
A meditação é um caminho para ficar sozinho.
Se você puder ser feliz quando você está só,
você aprendeu o segredo de ser feliz.
Agora você pode ser feliz acompanhado.
Se você é feliz, então você tem alguma coisa para compartilhar, para dar.
E quando você dá, você obtém; não é de outra maneira.
Assim surge uma necessidade de amar alguém.
Geralmente a necessidade é de ser amado por alguém.
É a necessidade errada.
É uma necessidade infantil; você não está amadurecido.
É uma atitude infantil.
Uma criança nasce.
Naturalmente, a criança não pode amar a mãe;
ela não sabe o que é amar e ela não sabe quem é a mãe e quem é o pai.
Ela está totalmente desamparada.
Seu ser ainda está para ser integrado; ela ainda não está reunida.
Ela é somente uma possibilidade.
A mãe precisa amar,
o pai precisa amar,
a família precisa banhar a criança de amor.
Agora ela aprende uma coisa: que todos têm que amá-la.
Ela nunca aprende que ela precisa amar.
Agora a criança irá crescer
e se ela permanecer presa nessa atitude
de que todo mundo tem que amá-la,
ela irá sofrer por toda sua vida.
Seu corpo cresceu,
mas sua mente permaneceu imatura.
Uma pessoa amadurecida
é aquela que chega a conhecer a necessidade do outro:
que agora tenho que amar alguém.
A necessidade de ser amado é infantil, imatura.
A necessidade de amar é maturidade.
E quando você está preparado para amar alguém,
um belo relacionamento irá surgir;
de outra maneira não.
Osho
 

domingo, 27 de novembro de 2016

Bruno Mars Talking To The Moon Official Video YouTube

O Amor não se Promete

Há uma distância fundamental entre as palavras e os gestos de cada homem. As palavras prometem mundos, os gestos constroem-nos. As palavras esclarecem pouco, os gestos definem quase tudo.
O amor é um projeto, uma construção que necessita de ser realizada a cada dia. Sem grandes discursos. Qualquer hora é tempo de amar. Se o amor é verdadeiro, não há tempos de descanso, porque o silêncio no coração dos que buscam lutar contra as trevas dos egoísmos é a paz mais profunda e o maior descanso... ainda que se cravem espinhos na carne, ainda que não sarem as feridas antigas, ainda que a esperança tenha pouco mais onde se apoiar do que nela própria.
Cada um de nós é aquilo que for capaz de ir construindo de firme e duradouro a cada dia por entre todas as tempestades da vida.
Há muito quem sonhe e passe o tempo a desejar o que não é... esperam e desesperam por algo que lhes há de chegar de fora... rejeitando quase tudo quanto são, quando, na verdade, é com o que temos e somos que devemos ser felizes, por pouco e por pior que seja... somos nós. Mas nós não somos quem somos só para nós mesmos. Eu sou quem sou, mas só o serei se for capaz de me encontrar com os outros. Ser humano é ser relacional. Ser é sempre ser com o outro. Ninguém se vê só a si quando se olha por um espelho. Ser é amar. Dar-se... sem grandes sonhos ou promessas, com pequenos gestos, na heroica coragem de acreditar que não são nem as palavras nem os desejos que nos devolvem ao céu.
Encarcerados nunca seremos autênticos, devemos pois libertar-nos de tudo quanto nos pesa, de forma especial das coisas materiais, romper com as teias dos sonhos que nos inebriam e incapacitam de sair de nós mesmos para o mundo, de criar mundo... sem esperar nada, a não ser conseguirmos chegar ao melhor de nós mesmos...
Este desprendimento não será prudente aos olhos do mundo, mas é essencial confiar e seguir adiante, até porque as coisas e as pessoas são o que são, independentemente da forma como os olhos do mundo as veem, sentem ou pensam...
Aos sonhos falta existirem de facto, realizarem-se, ou melhor, serem realizados por alguém. A existência é um dos mais belos e decisivos atributos para que algo se faça determinante da nossa felicidade. Por isso a realidade mais pobre é, ainda assim, mais bela que o sonho mais magnífico...
Quase todos os egoísmos têm nome de amor. Conscientes do que são, escondem-se. Normalmente juntam-se aos pares... fazem pouco, falam muito, prometem tudo.... entrelaçam as suas necessidades de ter mais, de estar melhor, sem cuidarem que cada homem é muito mais do que aquilo que tem ou do que forma como está... nós, humanos, não somos deste mundo... somos do lugar de onde chegámos quando nascemos e do lugar para onde havemos de ir depois da morte... um mundo de onde este faz parte, mas muito maior, muito melhor... muito mais profundo.
É pois importante procurar a vontade do outro, e encontrarmo-nos nela, sermos o melhor que ele pode receber e merecer...
Amar é arriscar tudo, sem garantia alguma. Apenas com a fé de que, no amor, nos cumprimos... Amar é desprender-se e perder-se... abrir-se e abandonar-se à vontade de ser feliz.
Só o amor permite que se cumpra a mais essencial de todas as promessas da existência: Uma vida com valor e verdade.
Quem ama não promete... dá.

José Luís Nunes Martins, in 'Amor, Silêncios e Tempestades'

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