segunda-feira, 23 de novembro de 2009

AS CONTRADIÇÕES DO MESTRE


Se você encontrar um homem muito consistente, evite-o,
porque isso significa que ele está tão somente filosofando. Ele
ainda não experimentou coisa alguma, não é um homem sincero. Um
homem sincero é aquele que simplesmente diz o que é o caso – se
aquilo o contradiz, se aquilo é consistente ou inconsistente, não
faz diferença.

Lembre-se da definição zen da verdade: "Verdade é aquilo
cuja contradição é também verdade.". Assim, um homem de sinceridade
tem de ser paradoxal. E é aí que nos perdemos. Se você encontra
paradoxos, fica pensando: "Esse é um homem inconsistente; como pode
ser verdadeiro?". Você tem uma idéia de que a verdade precisa ser
consistente – e isso o impede de encontrar budas. E você cai no laço
dos lógicos, dos filósofos, dos pensadores.

Um buda é basicamente, fundamentalmente, tacitamente,
paradoxal – porque vê a verdade em sua totalidade. E a totalidade é
paradoxal. A verdade é ambos: dia e noite; amor e meditação. A
totalidade é ambos: isto e aquilo; visível, invisível. A totalidade
é tanto nascimento quanto morte, e nenhum dos dois. Totalidade
significa que a coisa toda é tão complexa que você não pode fazer
nenhuma afirmação consistente a respeito. Você tem de ficar se
contradizendo.

Se você puder encontrar um homem de contradições, pode ser
que esteja perto de alguém que sabe. Verdade é aquilo cuja
contradição é também verdadeira. Procure pela sinceridade através do
paradoxo... Ele é tão sincero que está pronto para se tornar
inconsistente. Sua sinceridade é tal que ele está pronto para ser
chamado de louco. Sua sinceridade é tal que ele não tenta convencê-
lo através da lógica.

Ele não é um vendedor. Ele não está preocupado em convencê-
lo. Ele apenas declara o que for caso – se você fica convencido ou
não, é com você. Ele não está, de maneira alguma, interessado em
forçar qualquer coisa sobre você. Ele está pronto para ajudar, não
para coagir.

OSHO.

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