sábado, 17 de outubro de 2009

REFLEXÃO


Nada nos pertence.
Estamos de passagem.
Nossos olhos não são os donos
desta paisagem.

Temos apenas o direito
de ousar, tocar,
reter,
por um breve período
dentro do nosso ser.

Tudo nos é ofertado
como dom, como mérito
e nos é tirado
para que em nós permaneça
somente a essência
do império.

Império em que reinamos
para vivenciar
as glórias, as asperezas
de uma realeza
que nos foi outorgada
em confiança
e em certeza.

E se do reino nos excluímos,
nos reduzimos.
E se do reino formos escravos
seremos exilados
em nosso proprio reinado.

Tudo se faz no mistério
do mesmo manto que nos cobre.
Na efemeridade do império
todos somos ricos,
todos somos pobres.


Lucia Constantino

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